Janeiro Roxo deve ser alerta contra a hanseníase o ano todo

LINDOMAR LEAL

Assessoria de Imprensa

Câmara Municipal

 

            O mês de janeiro é marcado anualmente por campanhas de conscientização contra a hanseníase, como as que a Câmara Municipal de Vereadores de Alta Floresta realizou em suas redes sociais. O mês terminou, mas as ações do Janeiro Roxo, como os cuidados contra a doença devem ser mantidos durante o ano todo, principalmente porque o contágio pode acontecer a qualquer dia.

            Alta Floresta entrou em 2023 com 55 novos casos da doença, situação que reforça a condição de município endêmico e aumenta a demanda do Centro de Tratamento de Hanseníase. A unidade municipal está instalada dentro do Centro Especializado em Reabilitação (CER), na região central da cidade e conta com uma equipe especializada formada pelos seguintes profissionais: médico hansenólogo Roberto Kazan, fisioterapeuta André  de Brito,  enfermeira Letícia Viotto, auxiliar administrativo Elma Rocha e motorista Rafael Dantas.

            Para dar atendimento aos pacientes, Alta Floresta tem o ambulatório de atenção especializada e regionalizado em Hanseníase (AAER) onde são realizadas as avaliações para o diagnóstico da doença, fisioterapia, curativos, laserterapia nas feridas e confecção de palmilhas.

            Quanto mais cedo for o diagnóstico da hanseníase melhor, porque o tratamento cura a doença, interrompe a transmissão e previne as sequelas. É muito importante procurar um serviço de saúde quando há sintomas e espalhar essas informações para que todos saibam se cuidar.

 

O que é

A hanseníase é uma doença crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que pode afetar qualquer pessoa. Caracteriza-se por alteração, diminuição ou perda da sensibilidade térmica, dolorosa, tátil e força muscular, principalmente em mãos, braços, pés, pernas e olhos e pode gerar incapacidades permanentes. Diagnosticar cedo é o elemento mais importante para evitar transmissão, complicações e deficiências.

 

Diagnóstico

Os especialistas na área afirmam que em hanseníase, a clínica é soberana. O exame de laboratório mais utilizado para auxiliar no diagnóstico é a baciloscopia, que pode ser negativa nas fases iniciais da doença, por isso, resultados negativos não excluem o diagnóstico, que deve se basear principalmente nos sintomas clínicos e epidemiologia.

 

Transmissão

O Mycobacterium leprae é transmitido por meio de gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse e espirro, em contatos próximos e frequentes com doentes que ainda não iniciaram tratamento e estão em fases adiantadas da doença. Por isso todas as pessoas que convivem ou conviveram com o doente devem ser examinadas.

 

Sintomas

Os nervos dos membros inferiores, superiores e face vão sendo lentamente comprometidos, por isso as alterações podem passar despercebidas, muitas vezes só são detectadas quando já estão avançadas:

 

- Manchas com perda ou alteração de sensibilidade para calor, dor ou tato:

- Formigamentos, agulhadas, câimbras ou dormência em membros inferiores ou superiores;

- Diminuição da força muscular, dificuldade para pegar ou segurar objetos, ou manter calçados abertos nos pés;

- Nervos engrossados e doloridos, feridas difíceis de curar, principalmente em pés e mãos;

- Áreas da pele muito ressecadas, que não suam, com queda de pelos, (especialmente nas sobrancelhas), caroços pelo corpo;

- Coceira ou irritação nos olhos;

- Entupimento, sangramento ou ferida no nariz.

 

Tratamento

É feito por meio de comprimidos que são fornecidos gratuitamente nas unidades de saúde. Devem ser tomados diariamente até o término do tratamento, isso é muito importante para alcançar a cura. Se a hanseníase não for tratada, pode causar lesões severas e irreversíveis. O tratamento cura a doença, interrompe sua transmissão e previne incapacidades físicas. Quanto mais cedo for iniciado, menores são as chances de agravamento da doença.

O tratamento contra a hanseníase é medicamentoso com duração de 6 ou 12 meses de acordo com a condição clínica de cada paciente.